Samba Rock..

Desde pequena quando começava a metaleira e o suíng (e não "swing" como ensina Nei Lopes) via tudo rodando lá em casa, caçula de três mulheres - mimada admito - bicudinha e de trancinhas no cabelo agarrava firme nas pernas de mamãe na tentativa louca que a mesma não se juntasse aquele bando... que rodava, separava, juntava e rodava novamente. Era uma tentativa ridícula já que mamãe - como nos dias atuais - personalidade forte e mandona (primeiro atira depois pergunta o que está acontecendo), delegava ao papai a chata função de fazer com que eu adormecesse. Palmas! 10x0 para ele.. sempre conseguia.

Como em um pesadelo quando acordava muitas vezes já estava em um quarto escuro, deitada em uma cama estranha, coberta com um cobertor estranho, e rodeada de crianças bicudinhas que como eu - acredito - odiavam aquela metaleira que tiravam-nos de nossos pais. Sem outra escolha nesta situação absurda, abria o berreiro acordando-os e convidando-os para chorarem comigo. Choravámos por um bom tempo até que em meio aquela barulheira aparecesse uma luz no fim do túnel.. trazendo a claridade que a porta ao abrir proporcionava e a imagem de meu pai que me pegando no colo recomeçava o processo milagroso para que a "estraga prazeres" voltasse a dormir, pois a está altura minhas irmãs já rodopiavam.

Mais crescidinha papai me pegando pelas mãos explicava: dois prá lá e dois prá cá, enquanto minha mãe em festinhas chatas de família gritava: Dança! Dança! Gente ela é caipira mesmo viu! Expondo-me ao ridículo perante tios, tias, primos, cachorros e papagaios. Mas superei esse trauma. Cresci mais um pouco fui aos bailes e outros homens (tão gentis qto. papai mas com 300 intenções) também ensinaram-me: " Puxo sua mão pra esquerda, vc roda pra direita.. aperto sua mão duas vezes.. giro duplo. Opress! Mas e quando o cavalheiro cutuca o centro da mão da dama com o dedo?! Ninguém explicou esse toque. Opá! Abafa o caso.. tem coisas que só a vivência explica para você.

Enfim, como diz o ditado: "Se não pode com ele, junte-se a ele" com o passar do tempo percebia que aquele suíng era mais forte do que imaginava. Soube que a primeira escapou, porém a segunda irmã recebeu o "Domênica" devido a Domênica que domingava num Domingo toda de branco , e até o meu tão querido "Monalisa" tenho lá minhas dúvidas se realmente foi minha irmã mais velha que escolheu, pois acho que "Ciúmes de Leonardo" é uma grande coincidência... hã! Já era.. salve Jorge, a guitarra do Luís Wagner, o vozeirão de Noriel Vilela, Clube do Balanço por ter resgatado, etc. Me rendi com prazer.. maravilhosa maldição do samba!

História do Samba-Rock e a Tradição dos Grandes Bailes Negros de São Paulo. CCBB São PauloTeatro (125 lugares)

De 09 a 30 de janeiro – terças-feiras, às 13h e às 19h30 Ingressos: R$ 6,00 e R$ 3,00 (meia-entrada)

Marku Ribas e Luís Vagner , dia 09/01/2007

Osvaldinho da Cuíca , dia 16/01/2007 Max de Castro e Simoninha , dia 23/01/2007 Finalização - 30/01/2007 ( todos c/ participação Marco Mattoli idealizador).

Segue recomendações de Nei Lopes que é do ramo:

".. totalmente dançante, capaz de encarar pau a pau, nesse campo, a imbatível música afro-cubana. E de botar até o rythm'n' blues no chinelo, quanto mais esse pop-rockzinho michuruca que anda por aí...Quem quiser música pra ficar ouvindo sentado (o que também é bom!) ligue na Rádio MEC. Ou vá ao Teatro Municipal.." "..se quiser dançar, segurando a dama pela cintura, dizendo uma lera no ouvido dela, cruzando, soltando, rodando, grudando de novo... não vá a rave, não, que rave dá raiva. O verdadeiro êxtase (e não ecstasy) é dançar um samba balançado, com a metaleira metendo bronca..."

Compareçam e divirtam-se..

Ou revoir:

Madmoiselle 2.